terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Primeira pessoa do plural

Eu não sei bem em que momento deixei de acreditar que a vida poderia ser boa, mas sei dizer exatamente o momento em que redescobri que ela, de fato, poderia ser. Desde então, desde o instante em que os pesos das minhas costas passaram a ser divididos e que encontrei em você a mão que decidiu ficar - ficar porque queria, sem qualquer exigência e troca -, tenho sido feliz, e a vida tem sido boa, muito boa. Como fui tola até aqui, em acreditar que poderia seguir sozinha. Não é bem uma questão de poder, mas de compreender que há coisas que dependem exclusivamente de nós mesmos e que isso, não necessariamente, implica em solidão - porque quando encontramos alguém que acredita no que faz nosso coração pulsar e escolhe nos acompanhar nessa jornada de (re)descobrimento, nunca estamos sós, pois sempre há aquela pessoa para nos ajudar a olhar para a luz que passa pelas rachaduras de nossas dores. Às vezes, acho que você é a própria luz que vislumbro no meio das minhas memórias fragmentadas e que me mostra que sempre existiu certa beleza na vida. E, por falar em memórias, difícil é mensurar quantitativamente o quanto desejo que você permaneça, que nós permaneçamos sendo nós. O tempo é traiçoeiro, nós bem sabemos, mas enquanto permanecemos sendo, espero conseguir te mostrar que na soma das minhas rachaduras com as suas, há a vida que nos espera e que construiremos, apesar da escassez momentânea de luz que algumas vezes se faz presente. A vida nem sempre é boa, mas com você, ela foi e segue sendo.

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